Uma
nova idéia de transformação Social
O
que é
É
organizar a disposição para o trabalho voluntário
dentro da empresa,
envolvendo os que nela trabalham ou que a dirigem: funcionários,
diretores, acionistas, gerentes. Pode ainda incluir os familiares
destas
pessoas, aposentados que trabalharam na empresa, fornecedores,
clientes,
parceiros.
O
objetivo é gerar ações em benefício
da comunidade, nas mais variadas
áreas. Alguns exemplos: educação, formação
profissional, preservação do
meio ambiente, cultura, lazer, esportes, saúde, defesa
de direitos.
O
que não é
Não
é compulsório
Participa
quem quer, na medida das suas possibilidades. Mas, uma vez
tendo se comprometido, o voluntário deve cumprir as
regras do Programa e
executar suas tarefas com assiduidade e responsabilidade.
Não
é autoritário
O
Programa precisa ser um espaço democrático,
no qual os voluntários
possam debater os rumos a seguir e influir nas decisões
Não
é assistencialista
É
importante socorrer populações em risco, seja
por uma situação de
emergência (secas, inundações, epidemias,
guerras), seja por carências
extremas. Mas este não pode ser objetivo permanente
de um Programa
Empresarial. A lógica da empresa é a eficiência
e esta lógica precisa ser
assumida também na atuação social. O
caminho, em um Programa de
Voluntariado Empresarial, é a capacitação
das pessoas, sua transformação em
cidadãos capazes de se apoiar mutuamente e transformar
suas comunidades.
Não
é auto-promoção
O
Programa de Voluntariado gera uma imagem favorável
da empresa junto a
consumidores, clientes e junto à comunidade de seu
entorno. Isso ajuda
em seus objetivos de negócio e é perfeitamente
legítimo. Mas a
visibilidade não pode ser seu fim, não pode
ter como objetivo fazer barulho na
mídia. Sob pena de cair no descrédito.
Do
que precisa
A criação de um Programa de Voluntariado Empresarial
tanto pode ser
iniciativa de um grupo de funcionários, quanto da direção
da empresa. Mas,
para que exista como um Programa Empresarial, duas condições
são
essenciais:
Que uma parcela dos que trabalham na empresa esteja disposta
a
participar, doando uma parte de seu tempo livre para a comunidade.
É sempre uma
minoria que participa, mas é esta minoria que faz a
diferença.
Que a empresa apoie o Programa e destine alguns recursos para
ele. O
Voluntariado, como qualquer outro Programa Empresarial, precisa
ser
tocado com critérios de eficiência: dispor dos
meios necessários à sua
execução, gerenciamento profissional, avaliação
de resultados.
Como se começa
Na
grande maioria das empresas há pessoas desenvolvendo
ações
voluntárias.
Tem alguém que faz manutenção na escola
do bairro. E tem aquele que
toca sanfona na festa da Igreja. Outra ajuda no hospital,
dá uma mãozinha
no asilo, ou brinca com as crianças da creche.
Há
também o Comitê de Saúde, o grupo do Coral,
a Comissão de Esportes,
o pessoal da alfabetização, a cooperativa...
Muitas
vezes, são ações isoladas e que permanecem
assim. Mas em certas
ocasiões, essas pessoas se juntam, mobilizam os colegas,
fazem
campanhas internas, desenvolvem laços de solidariedade
que se espalham por toda
a empresa. Isso é um bom começo, mas ainda não
é um programa de
voluntariado.
O
exemplo vem de cima
O
programa de voluntariado começa a nascer quando a própria
empresa
passa a tratar esta força solidária como mais
um de seus projetos.
E,
neste caso, começa a dedicar a ele tempo, recursos
e talentos.
A
primeira iniciativa de formação do programa
pode ser das pessoas que
já fazem trabalho voluntário. Ou então
do Presidente da empresa. Também
pode ser do RH, que viu no voluntariado um fator de coesão
interna. Ou
ainda do pessoal de comunicação, que identificou
uma oportunidade de
melhorar a imagem corporativa.
Em
qualquer hipótese, só se terá um verdadeiro
programa de voluntariado
empresarial se a iniciativa contar com o apoio da direção
da empresa.
Pelo menos o apoio, pois o desejável seria a direção
dar o exemplo,
participando com entusiasmo das ações.
O que uma empresa pode fazer
1.
Estimular seus funcionários a fazer um trabalho voluntário
de sua
própria escolha, no seu tempo livre
2. Fornecer informações sobre organizações
que procuram voluntários ou
sobre oportunidades na comunidade.
3.
Organizar projetos que possam ser executados por seus funcionários,
no seu próprio tempo livre, com apoio da empresa.
4.
Liberar seus funcionários durante um determinado
período para
realizarem um trabalho voluntário durante o expediente.
5.
Formar uma equipe de funcionários e dar-lhes a responsabilidade
de
planejar e gerenciar atividades volun-tárias organizadas.
6.
Reconhecer e valorizar funcionários que fazem trabalho
voluntário,
inclusive através de doações financeiras
para as organizações nas quais
eles realizam sua ação.
7.
Assumir o compromisso de colaborar para a solução
de um problema,
abraçar uma causa ou apadrinhar uma organização,
disponibilizando
talentos, dinheiro e recursos humanos.
8.
Inovar
Todas estas ações - e tantas mais
quanto possam ser
imaginadas - são exemplos do voluntariado empresarial.
Todos ganham com o Voluntariado
O
voluntariado tem valor estratégico para as empresas,
pois é capaz de
alavancar suas metas de negócios, ajudar no desenvolvimento
de recursos
humanos, nas ações de relações
públicas e na melhoria do ambiente de
trabalho.
Kenn Allen, presidente da IAVE (International Association
for Volunteer
Effort) e consultor do Voluntários das Gerais.
As empresas podem e devem ter programas de incentivo ao trabalho
voluntário, mobilizando funcionários, diretores,
acionistas para desenvolver
ações de interesse público. Este é
um importante instrumento de
cidadania empresarial.
É
bom para a comunidade
As
aptidões, a energia, o talento e o compromisso dos
funcionários
podem fazer uma diferença real nas comunidades.
Por exemplo
Contadores,
administradores, advogados das empresas podem doar parte de
seu tempo para dar apoio técnico de alta qualidade
a instituições.
Eletricistas, pintores, pedreiros, marceneiros podem se juntar
para fazer
tarefas de manutenção em escolas, creches, asilos.
Executivos
financeiros podem fazer com que uma pequena cooperativa cresça.
O
pessoal de informática pode organizar cursos para a
comunidade em sua
especialidade. A brigada de incêndio pode treinar a
população a
combater fogo na mata. Psicólogos e assistentes sociais
da empresa podem fazer
aconselhamento familiar.
É bom para os próprios funcionários.
Voluntariar-se
faz bem para a saúde física e emocional das
pessoas. Os
funcionários que fazem trabalhos voluntários
são mais motivados, mais
produtivos. Tanto para os profissionais de alto escalão
como para os não
tão graduados, as atividades voluntárias representam
um meio para
desenvolver novos conhecimentos a respeito das suas comunidades,
aprender
novas habilidades e desen-volver a capacidade de liderança.
É
bom para a empresa.
A
existência de um programa para voluntários é
um recurso importante
para o recruta-mento e manutenção na empresa
dos melhores funcionários.
Além
disso, os funcionários que se voluntariam, têm
demonstrado um
desempenho melhor na empresa. O programa de voluntários
é bom para a imagem
da empresa, junto ao público em geral e aos tomadores
de decisões e
formadores de opinião no empresariado e nos meios de
comunicação. Ao
tornar a comunidade um lugar melhor para se viver, o empresariado
está
fazendo com que seja também um lugar melhor para se
fazer negócios.
Os 10 passos do Voluntariado Empresarial
Roteiro para montar e gerenciar um programa de voluntariado
na empresa
Recomendações elaboradas com base no documento
Developing a Corporate
Volunteer Program da Points of Light Foundation.
Passo
1
Identificar visão, valores e ações de
responsabilidade social
O primeiro passo é conhecer a empresa e sua cultura
interna.
O compromisso com a comunidade está incluído
na missão da empresa?
Como é sua política de relações
internas (salários, benefícios,
desenvolvimento de habilidades e competências, relações
com os parceiros)?
Quais os dados de sua análise de clima organizacional?
Que objetivos a empresa busca com um programa de estímulo
ao
voluntariado?
Passo
2
Recrutar um comitê de trabalho/Conhecer mais o assunto
Identificar
as pessoas que articularão os primeiros contatos e
traçarão
o planejamento.
Quais os departamentos mais sintonizados com a idéia
de voluntariado?
Como envolver funcionários de diversos níveis
hierárquicos para
garantir a pluralidade de percepções?
Compartilhar experiências e buscar novas idéias
com outras empresas:
trata-se de enriquecer o trabalho e evitar possíveis
erros.
A participação em eventos que discutam temas
ligados a cidadania
empresarial, relações com a comunidade, marketing
social etc. também é
importante para ampliar os conhecimentos nesta área.
Passo
3
Desenvolver conceitos e estratégias de apoio ao programa
de
voluntariado
O
trabalho voluntário dos funcionários deve ser
encarado como algo que
ajuda a empresa a atingir suas metas de negócios.
O programa deve ser tocado com os mesmos critérios
de eficiência dos
demais investimentos da empresa: recursos adequados, gerenciamento
profissional, avaliação de resultados.
Importante: apoio da alta direção e gerências,
envolver os vários
departamentos.
Passo
4
Diagnosticar as experiências e potencialidades dos funcionários
Primeiro,
criar uma estratégia interna de comunicação.
Divulgar o tema, apresentando-o sob a ótica da cidadania.
Segue-se o
levantamento de informações:
1.
Quantos funcionários realizam trabalho voluntário?
A que áreas estão
voltados?
2. Quantos se disporiam a fazê-lo? Em que áreas?
O que poderiam fazer?
Com que disponibilidade de tempo?
Passo
5
Identificar as necessidades da comunidade
O
que o trabalho voluntário pode fazer pela comunidade?
Respostas a
esta questão vão surgir através de:
1.
contato com as lideranças comunitárias,
2. informações dos funcionários da empresa,
3. estatísticas dos órgãos públicos
de saúde, educação, habitação,
atendimento social,
4. centros de voluntários, igrejas, associações
de moradores e
universidades.
Passo
6
Estruturar o programa de voluntários
Com
base nos dados recolhidos nos passos anteriores, é
preciso montar
um projeto, que defina:
1.
objetivos que unam interesses da empresa, dos funcionários
e
necessidades da comunidade
2. estratégias de ação que podem ser
o apoio a projetos sociais nos
quais os funcionários estão envolvidos, criação
de projetos próprios ou
apoio aos projetos da comunidade.
3. as estratégias de comunicação
4. o orçamento do programa, recursos humanos e materiais
necessários à
sua implantação e manutenção
5. cronograma que garanta a distribuição das
atividades de acordo com
as prioridades.
6. sistema de avaliação que monitore o progresso
do trabalho, seu
alcance, as tendências e a possibilidade de replanejamento.
Passo
7
Implantar e gerenciar o programa
Recomenda-se
trabalhar com o apoio de um comitê consultivo, cuja
base
pode ser o Comitê de Trabalho (ver passo 2) que nesta
fase já começa a
perder sua função. O comitê consultivo
deve ser composto,
preferencialmente, de pessoas de diferentes níveis
hierárquicos, diferentes setores
da empresa, diversas faixas etárias e que já
tenham familiaridade em
ações voluntárias.
Neste comitê obrigatoriamente devem estar representadas
as áreas de RH,
relações corporativas, comunicação
e marketing.
É fundamental definir um coordenador do programa, que
poderá ser um
profissional contratado especificamente para a missão,
ou um funcionário
da empresa, que passará a dedicar parte do seu tempo
a esta nova tarefa.
Ao coordenador compete gerenciar o programa, o que inclui:
1.
recrutamento e seleção de voluntários
2. seleção de projetos a serem apoiados
3. orientação, capacitação e treinamento
para a ação
4. monitoramento e avaliação
5. feed back
6. elaboração de relatórios
7. replanejamento.
Passo
8
Divulgar interna e externamente o programa de voluntariado
Comunicação
é fundamental.
Trata-se de estimular a participação de outros
funcionários e
disseminar conceitos e práticas de responsabilidade
social para outras empresas.
Passo
9
Valorizar e reconhecer as ações voluntárias
É
uma forma de motivar os funcionários, fazer com que
eles se
identifiquem com a empresa e se mantenham motivados com o
trabalho voluntário.
Algumas formas de reconhecimento:
1.
criar prêmios
2. enviar cartas de agradecimento
3. divulgar casos exemplares
4. criar camisetas ou buttons que identifiquem os voluntários
5. realizar eventos especiais.
Passo
10
Trabalhar em rede com outros programas e associações
de empresas
Trata-se
de abrir caminho para novas reflexões, novas parcerias
e novos
recursos.
Também fortalece as instituições que
fazem parte da rede para
interferir na formulação de políticas
públicas.
fonte:
Voluntários das Gerais - http://www.voluntariosdasgerais.org.br
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