fonte:
A) site Estações Ferroviárias do
Brasil (Autor: RALPH MENNUCCI GIESBRECHT) www.estacoesferroviarias.com.br
B) Pesquisas diversas realizadas pelo Eng. Ítalo
Coutinho (engenharia@saletto.com.br)
As estações da Estrada-de-Ferro
Paracatu foram:
- Velho do
Taipa - Pitangui/MG
- Leandro Ferreira - Leandro
Ferreira/MG
- Parada (sem denominação)
- Leandro Ferreira/MG
- Trigueiro - Leandro Ferreira/MG
- Álvaro da Silveira - Bom Despacho/MG
- Daniel de Carvalho - Bom Despacho/MG
- Bom Despacho - Bom Despacho/MG
- Arthur Bernardes - Bom Despacho/MG
- Clodomiro de Oliveira - Dores
do Indaía/MG
- Pindaíba - Dores do
Indaiá/MG
- Dores do Indaía - Dores
do Indaiá/MG
- Melo Viana - Serra da Saudade/MG
- Barra do Funchal - Serra da
Saudade/MG
Bom
Despacho/MG:
Estação Álvaro da Silveira
(Bom Despacho/MG)
E. F. Paracatu (1921-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1994)
Ramal de Paracatu - km 943,017 (1960) MG-2476
Inauguração: 31.10.1921
Uso atual: abandonada sem trilhos
Data de construção do prédio atual:
n/d
Por que o nome ÁLVARO DA SILVEIRA?
A estação de Álvaro da Silveira
foi inaugurada pela E. F. Paracatu em 1921 no trecho
de linha aberto nesse dia até a estação
de Bom Despacho, sede do município do mesmo nome.
Exatamente nessa época (1921 ou 1922, não
está bem claro), uma colônia para estrangeiros
com o nome da estação Álvaro Silveira
foi fundada, a cerca de 5 km ao norte da estação.
"Deixo assim fundadas mais quatro grande colônias,
Alvaro da Silveira, David Campista, Bueno Brandão
e Francisco Sá, situadas em pontos perfeitamente
salubres e favorecidas pela proximidade de estradas
de ferro (...) As casas, em todas essas colônias,
são construídas de tijolos, assoalhadas
e dotadas de instalações sanitárias,
de conformidade com o plano adotado pela Diretoria de
Higiene e Profilaxia, que, além disso, mantém
em Álvaro da Silveira um posto médico
para combater as verminoses e o impaludismo" (Mensagem
do Presidente do Estado, Arthur Bernardes, 14/6/1922).
Em 1929, a colônia de Álvaro da Silveira
era "composta por 179 lotes sendo 102 ocupados,
5 reservados e 72 vagos". Em 1930, "Esse núcleo
tem a área de 4.289 hectares. Plantaram-se 2.274
litros de milho, 1.556 de arroz, 363 de feijão,
72.500 pés de mandioca, 1.000 de cana, 500 de
café e 70 arrobas de algodão, tudo numa
área de 328 hectares. A colonia está cortada
por 47.387 m de estradas de rodagem, 22.500 metros de
caminhos comuns e nela estão construídos
um prédio público, 15 casas provisórias,
182 definitivas, funcionando uma escola, uma casa comercial,
uma olaria, 3 engenhos de cana e 11 moinhos de fubá.
Existiam no núcleo aves e animais diversos, no
valor de 59:661$800, de propriedade dos colonos. As
construções, veículos, engenhos
e olaria existentes podem ser avaliados em 675:530$200.
A população do núcleo era de 75
famílias, com 444 pessoas" (Mensagem do
Presidente do Estado, Arthur Bernardes, 14/6/1922).
"Eu nasci em Belo Horizonte em 1939, vim para os
Estados Unidos em 1953. Agora sou aposentado do U.S.
Customs Service. Estou escrevendo a história
de meus pais que viviam em 1923 na Colônia Álvaro
da Silveira como imigrantes alemães. Eu sempre
tive um grande problema para achar esta colônia
exatamente. O nome não aparece nos mapas. Seu
site é o primeiro onde a encontrei. Meu pai e
minha mãe foram em 1928 a cavalo por 3 horas
para se casarem na cidade de Bom Despacho" (Fred
Hanke, 02/2007). As perguntas: afinal, porque os pais
de Fred não foram de trem para Bom Despacho,
se a linha já existia entre as duas cidades nessa
época? Pelos mapas, a colônia ficava a
cerca de 5 km ao norte da estação do mesmo
nome, e a uns 13 km, a mesma distância da estação,
para a cidade de Bom Despacho. Consta que os últimos
trens que trafegaram pela linha agora erradicada foram
pequenas composições cargueiras tracionadas
por locomotivas G8 e U5B. O prédio da antiga
estação está em ruínas.
"Eu e outros fomos visitar a região da colônia
Álvaro da Silveira neste último sábado.
Vimos que a antiga sede foi demolida e em seu lugar
foi construída uma moradia para os peões
da fazenda, só restaram restos do alicerce que
estão visíveis em uma parte do curral.
O ultimo terreno que pertencia a uma família
de descendentes dos Primus foi vendido recentemente,
ou seja, já não existe mais nenhuma família
de origem alemã na colônia Álvaro
da Silveira. A estação está em
ruínas, o proprietário do local chegou
a reformá-la, mas os pescadores que freqüentam
o rio Pará, que fica a uns 300 metros da estação,
depredaram o prédio e roubaram o que podiam"
(Vandeir Alves dos Santos, 01/2008).
topo
Estação Daniel de Carvalho (Bom
Despacho/MG)
E. F. Paracatu (1925-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1994)
Ramal de Paracatu - km 952,943 (1960) MG-3982
Inauguração: 22.07.1925
Uso atual: em ruínas sem trilhos
Data de construção do prédio atual:
n/d
Por que o nome DANIEL DE CARVALHO?
A estação de Daniel de Carvalho foi
inaugurada pela E. F. Paracatu em 1925. Depois de desativada,
o local se esvaziou. Hoje (2008) não há
morador algum, o abandono é total, os urubus
se divertem usando as casas como poleiro.
Existem ainda casas da vila ferroviária, bastante
isoladas em Daniel de Carvalho. Tudo totalmente abandonado.
Urubus sobre uma delas dão um aspecto macabro
ao local que um dia já teve seu movimento ferroviário.
Hoje, sem trilhos e sem absolutamente nada.
topo
Estação Bom Despacho (Bom Despacho/MG)
E. F. Paracatu (1921-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1994)
Ramal de Paracatu - km 966,065 (1960) MG-1054
Inauguração: 31.10.1921
Uso atual: museu (nova) e Associação Comunitária
(antiga) sem trilhos
Data de construção do prédio atual:
n/d
Por que o nome BOM DESPACHO?
A estação ficava na sede do município
de mesmo nome. Para saber sobre a história dessa
cidade, clique aqui.
A estação de Bom Despacho foi inaugurada
pela E. F. Paracatu em 1921. Em 1968, com a erradicação
definitiva do trecho Bom Despacho-Barra do Funchal,
a estação passou a ser ponta de linha.
Havia na cidade uma siderúrgica que justificava
o trtáfego de cargueiros de minério até
ela. Porém, essa situação não
durou muito e os trens acabaram, com o minério
passando a seguir por caminhões. A estação
original, de 1922, foi para a construção
de uma maior, que ainda está lá. Com uma
variante construída já pela RFFSA, a estação
mais velha foi desativada e uma nova foi construída
na variante. Também existe até hoje. "A
loco 325 é uma Baldwin Pacific, de 1911 (infelizmente
a placa do fabricante foi roubada), originada da RMV
e reformada (embora esta reforma não tenha sido
completada 100%) nas oficinas de Divinópolis.
Há um pequeno acervo numa das salas da estação,
alem da loco e de outras peças, inclusive um
trole. Não se trata propriamente de um museu,
pois nada está organizado. Contudo, o nosso prezado
Manoel Wernek, um "faz tudo" aposentado da
rede, inclusive tendo sido maquinista, é um lutador
e está lá fazendo de tudo para conservar
o pequeno patrimônio histórico da ferrovia
em Bom Despacho. Excelente companheiro para expedições
ferroviárias, conhece tudo da região e
da história da EFP" (Gutierrez L. Coelho,
11/2003). "A estação mais antiga
abriga um pequeno museu mantido por ex-ferroviários
- velhos e saudosos homens do tempo da maria-fumaça.
O prédio está em mau estado, e a locomotiva,
pior ainda. Dá pena ver aquela máquina
apodrecendo no tempo. Daria um excelente trem de turismo
na região. Queira Deus que algum dia a comunidade
e os políticos da região criem um projeto
para ela" (Pedro Paulo Rezende, 2006). Nas fotos,
parece que é a mais nova estação
que abriga o museu - pois é ela quem tem a locomotiva.
A mais antiga abriga a Câmara Municipal, como
está em sua fachada.
A estação mais nova, construída
provavelmente nos anos 1960, sem que fosse derrubada
a estação antiga, abriga hoje um museu,
com uma locomotiva à sua frente.
topo
Estação Arthur Bernardes (Bom
Despacho/MG)
Rede Mineira de Viação (1943-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1968)
Ramal de Paracatu - km 994,294 (1960) MG-1055
Inauguração: 01.05.1943
Uso atual: moradia sem trilhos
Data de construção do prédio atual:
1943?
Por que o nome ARTHUR BERNARDES?
A estação de Artur Bernardes foi inaugurada
pela Rede Mineira de Viação em 1943. Em
1968, com a erradicação definitiva do
trecho Bom Despacho-Barra do Funchal, a estação
foi fechada. "Da estação de Arthur
Bernardes só restou a plataforma e no seu entorno
alguns escombros dos depósitos, casinhas, e nada
mais, só restos" (Rodrigo José Matos,
Uberaba, MG, 11/2003). "Em 2007, chama-se fazenda
São Francisco, cujo proprietário aproveitou
a plataforma, as paredes externas e internas e construiu
a sede da fazenda. Manteve a bilheteria, como comprovará
na foto" (Rodrigo José Matos, Uberaba, MG,
04/2007). Em agosto de 2008, a ex-estação,
meio descaracterizada, já estava pronta para
sua nova função.
topo
|